A
rotina de trabalho, engarrafamentos, problemas familiares, entre outros fatores
contribuem para o aumento do nível de estresse de qualquer pessoa, principalmente
em profissões como os motoristas de ônibus urbano, que são submetidos em
diversas situações como trânsito, horários e tabelas apertadas para cumprir,
falta de estrutura nos pontos finais, passageiros nervosos e assaltos, sem
contar os veículos velho e a falta de capacitação adequada para tratar pessoas,
que quase não é oferecida pelas empresas.
O
nível de estresse e a falta de capacitação são tão grandes, que motoristas e
passageiros chegam ao extremo em algumas ocasiões na Capital. Na tarde desta
terça-feira (11), uma usuária do transporte público da Região Metropolitana de
São Luís foi humilhada pelo motorista do ônibus 22-018, da empresa Marina,
linha Tropical/São Francisco.
A
passageira pediu parada em frente ao Supermercado Mateus, na subida da Avenida
Cajazeiras, no Centro de São Luís, mas o motorista não parou alegando que
aquele lugar não era ponto de ônibus. Ela solicitou a parada por várias vezes e
pediu em alta voz para o rodoviário parar na parada seguinte, em frente Hospital
Socorrão I. O condutor a ameaçou dizendo: “você puxar essa cordinha, eu vou
deixar você lá em baixo” – no Parque do Bom Menino. E assim ele fez, passou do
ponto em frente ao hospital, acelerou e não parou mais, começando uma longa
discussão com troca de agressões verbais. (Veja o vídeo)
Existem
vários fatores quem devem ser analisados em um fato como este. O motorista tem
o dever de parar no ponto que é solicitado e não decidir onde o passageiro vai
descer. Outro detalhe a ser questionado é a capacitação dada pela empresa e a
condição de trabalho que é imposta ao funcionário e o nível de estresse causado
pela profissão.
Uma
pesquisa publicada no site especializado
em carreiras, Adzuna, revelou que o ofício é considerado a pior profissão no país.
O estudo levou em consideração a relação entre fatores como remuneração, nível
de estresse, pressão no trabalho, riscos de acidentes, assaltos e doenças
trabalhistas e até mesmo a relação com as empresas, além das possibilidades de
crescimento na carreira.
Enquanto
existem poucas empresas de ônibus em São Luís que realizam treinamentos de
qualificação profissional, eventos sobre saúde e bem estar e respeitam cargas
horárias, outras permitem que o motorista extrapole sua jornada, não realizam
manutenção nos veículos, o que causa desgaste do profissional, se contar a baixa
remuneração, que todos os profissionais do sistema de transporte recebem.
O
medo ações criminosas é um dos fatores que mais traz prejuízos psicológicos a
motoristas. O número de assaltos aumentou no primeiro trimestre de 2017 em
relação ao mesmo período do ano passado em São Luís, sendo 225 neste ano e 153
ações registradas em 2016, conforme dados divulgados pelo Sindicado dos
Rodoviários.
Mediante
a isso, cabe questionar de quem é a culpa do comportamento do motorista da
Empresa Mariana em relação a usuária do transporte público, que também trabalha
e paga a tarifa para poder se beneficiar do serviço como qualquer cidadão. Os
empresários devem trabalhar tanto na capacitação profissional como na prestação
de serviços oferecida à população.
O Governo
do Estado, por meio da Agência de Mobilidade Urbana MOB, e a Prefeitura de São
Luís, poder meio da SMTT, são obrigados a analisar o caso, punir os responsáveis
e não permitir que a população seja humilhada no transporte, que não é público,
oferecido por empresários, que ditam as regras neste sistema que tanto fatura,
sem oferecer condições confortáveis e dignas aos ludovicenses. Contudo nada justifica a atitude irresponsável do motorista em relação à passageira.
O motorista errou porque não atendeu a parada solicitada mas também ela não é santa não pois se ouve bem claro o tanto que o motorista foi insultado
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